quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O Fundo Constitucional do Norte - FNO no Estado do Acre: recursos do povo, política de Estado, benefícios da elite - Régis Alfeu Paiva



O Fundo Constitucional do Norte - FNO no Estado do Acre: recursos do povo, política de Estado, benefícios da elite - Régis Alfeu Paiva

O presente trabalho faz uma avaliação dos investimentos do Fundo Constitucional do Norte - FNO - no Estado do Acre, desde sua implantação, em 1989, até meados de 2006. Foram analisadas todas as 17 linhas de financiamento, tanto em volume de recursos como em número de contratos, com os valores sendo correlacionados estatisticamente com dados da economia e com indicadores sociais do Estado. O fundo apresentou correlação principalmente com a pecuária, sendo o volume de investimentos concentrados na região menos pobre do Acre, com os valores agrupados principalmente nas camadas mais abastadas. Os dados revelam que o FNO atendeu aos interesses da lógica de mercado e não do desenvolvimento, diminuindo as diferenças regionais à custa da ampliação do hiato intra-regional. A mesorregião do Vale do Juruá foi prejudicada na distribuição dos recursos.

Além disso, o FNO teve correlação com a ampliação dos desmates via pecuária leiteira (concentrados no Vale do Acre), sem que isso significasse melhorias nos indicadores sociais. O FNO foi o exemplo de como os recursos do povo são usados em favor da classe dominante por intermédio de política de Estado. O fundo não foi capaz de alavancar a economia local, sendo este fato creditado também à política de desenvolvimento, cujo foco no extrativismo não formou um mercado consumidor próprio e nem fomentou uma economia baseada na exportação.

Download do estudo: http://sharex.xpg.com.br/files/2968999698/O_Fundo_Constitucional_do_Norte_-_FNO_no_Estado_do_Acre_recursos_do_povo__politica_de_Estado__beneficios_da_elite_-_Regis_Alfeu_Paiva.pdf.html

Turismo, crescimento e desenvolvimento: Uma análise urbano-regional baseada em cluster - Jorge Antonio Santos Silva



Turismo, crescimento e desenvolvimento: Uma análise urbano-regional baseada em cluster - Jorge Antonio Santos Silva

Esta tese teve como objeto a análise da condição do turismo, enquanto atividade econômica, de promover o crescimento e o desenvolvimento regional, e sob que modelo teórico-metodológico, estrutura e configuração. Um objetivo diretamente vinculado ao objeto da tese consistiu na análise da coerência e propriedade da aplicação do conceito de cluster, formulado por Michael Porter, bem como o de cadeia produtiva, à atividade do turismo, conformando um cluster turístico. Em paralelo buscou examinar a condição de uma configuração de cluster de turismo poder ser considerada como um modelo de desenvolvimento regional. Secundariamente, mas com uma relação direta com o conceito de cadeia produtiva, foi focalizada a noção de fugas ou vazamentos da economia de uma região, decorrentes de pagamentos efetuados a fornecedores localizados fora da região pelo suprimento dos inputs necessários à estrutura produtiva da economia dessa região. Tais vazamentos provocam uma redução na magnitude da retenção local ou regional dos resultados econômicos propiciados pela atividade do turismo. A competitividade e sustentabilidade do desenvolvimento turístico, em base endógena, pressupõe a internalização da produção de tais inputs, através da criação de novas atividades produtivas e do fortalecimento das já existentes, visando eliminar pontos de estrangulamentos e implicando no adensamento dos encadeamentos setoriais, para frente e para trás, que integram a estrutura produtiva da economia da região. Para a elaboração desta tese foi efetuada uma extensa revisão bibliográfica, em fontes primárias e secundárias, e realizado um trabalho empírico junto à hotelaria de Salvador, capital do Estado da Bahia. Este levantamento visou avaliar a incidência de fugas no valor da contribuição do turismo para a economia de Salvador, a partir da rede hoteleira, bem como identificar variáveis influenciadoras e áreas por onde ocorrem os vazamentos, ficando evidenciado que as fugas se relacionam diretamente com problemas e dificuldades que os hotéis encontram com os fornecedores locais de bens e serviços, e também com o tamanho do estabelecimento e a propriedade do capital, se local ou de cadeias nacionais e internacionais. O estudo realizado permitiu concluir que para regiões deprimidas economicamente, o turismo pode atuar como atividade motora de cresciemnto econômico, mas sem condições de, isoladamente, promover o desenvolvimento regional. O modelo de cluster, na concepção de Michael Porter, de enfoque marcadamente empresarial e microeconômico, caracterizado pela presença de grandes indústrias, de dimensão nacional e com elevada amplitude espacial e alto nível de agregação, não se aplica apropriadamente ao turismo e não pode ser considerado como uma estratégia de desenvolvimento regional. O agrupamento que tem o turismo como atividade nuclear, com foco no destino turístico entendido como um microcluster e que apresente as características de delimitação da amplitude geográfica de seu entorno, delimitação da abrangência territorial do próprio agrupamento, delimitação do segmento turístico principal e dos seus sub-segmentos, bem como do próprio mercado alvo, pode ser qualificado como um cluster de turismo que reúne as condições de modelar estratégias e promover o crescimento e o desenvolvimento de micro-regiões ou zonas turísticas. Deste modo, o microcluster constitui o modelo viabilizador do alcance e sustentação do desenvolvimento regional, como resultado da interação entre a função de especialização – o turismo, e o território – o destino turístico e seu entorno próximo.

Download do estudo: http://www.eumed.net/tesis/jass/jass.zip

I Congresso Internacional e III Seminário Nacional De Desenvolvimento Regional

    Informações e submissão de artigos: Clique aqui