segunda-feira, 12 de abril de 2010

O Livro Negro do Cristianismo - Jacopo Fo, Sergio Tomat e Laura Malucelli



O Livro Negro do Cristianismo - Jacopo Fo, Sergio Tomat e Laura Malucelli

Em 1º de junho de 1307, frei Dulcino, líder da seita cristã dos apostólicos, foi queimado vivo em Vercelli, na Itália. Acusado de heresia, antes de ser atirado a fogueirateve a carne arrancada com alicate quente, o nariz quebrado e os órgãos genitais mutilados.

Sua história é uma entre as tantas narradas em O livro negro do cristianismo, um vasto panorama das atrocidades praticadas pela Igreja Católica ao longo de dois mil anos. Aqui o catolicismo é analisado sem restrições: da época de seu reconhecimento pelo imperador romano Constantino, no século IV, até a polêmica omissão da Igreja diante do movimento nazifascista em plena Segunda Guerra Mundial, todos os pecados cometidos em nome de Deus são listados em detalhes. A extensa relação de crimes inclui enriquecimento ilícito, tortura e milhares de mortes.

Vividos pelos primeiros cristãos, os ensinamentos de Jesus Cristo deram lugar a rígidos dogmas impostos aos fiéis com o passar do tempo. Qualquer idéia contrária ao que determinava o papa era sinônimo de heresia, e o resultado dessa postura intolerante são acontecimentos tão importantes quanto lamentáveis: a perseguição aos judeus, o genocídio nas Cruzadas, os suplícios promovidos pela Santa Inquisição, o massacre dos huguenotes, o apoio ao regime escravocrata na América católica, entre outros.

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A Inquisição - Michael Baigent & Richard Leigh



A Inquisição - Michael Baigent & Richard Leigh

Para a maioria das pessoas atualmente, qualquer menção à Inquisição sugere a Inquisição da Espanha. Ela, como existiu na Espanha e em Portugal, tinha de prestar contas tanto à Coroa quanto à Igreja. A Inquisição existiu e atuou em outras partes. A Inquisição Papal ou romana diferiu daquela da Península Ibérica. Ao contrário de suas correspondentes ibéricas ela não tinha de prestar contas a nenhum potentado secular. Atuando por toda a maior parte do resto da Europa, só tinha aliança com a Igreja. Criada no século XIII, predatou a Inquisição espanhola em 250 anos. Também durou mais que as correspondentes ibéricas. Enquanto a Inquisição na Espanha e Portugal se achava extinta na terceira década do século XIX, a papal ou romana sobreviveu. Dotada de grandes poderes em diversas épocas e de um nome que, por si só, era suficiente para inserir medo às massas, A inquisição fora um braço da Igreja que durante séculos, a ferro e fogo – principalmente este último –, perpetrou intimidações, pressão psicológica, tortura física e execuções. A Inquisição não “fora” um braço da Igreja. Permanece sendo até os dias atuais. E é sobre este órgão que Michael Baigent e Richard Leigh falam em sua obra, que leva como título o nome mais famoso do Santo Ofício.

O livro abre com a abertura da “Parábola do Grande Inquisidor”, de Feodor Dostoievski, trabalho este embutido no romance “Os Irmãos Karamázovi”, publicado no fim do século XIX na Rússia. Nele, um inquisidor se encontra com um homem que, ao que tudo indica, é Cristo reencarnado. Porém, ao invés de prestar-lhe reverência, lhe prende nas masmorras da inquisição, levando sua função até as últimas consequências. Uma fábula cuja função, no contexto do livro, serve para exemplificar a implacabilidade da instituição.

O tribunal da Inquisição é mais complexo e duradouro do que geralmente se acredita. Repleto de nuances, sua atuação durante os séculos fora até certo ponto padronizada, mas a violência de suas atividades oscilara de acordo com o contexto da época e o local de ação. O livro faz um sensacional trabalho em abordar essas questões. Nele, os autores têm o cuidado de separar, por exemplo, a atuação da Inquisição espanhola, que agia como um braço do estado, da Inquisição que agia sob auspícios papais. Não apenas isso. No decorrer do trabalho, os autores dissertam sobre a ação da Inquisição nas diversas áreas da Europa, no novo mundo, o ataque às supostas bruxas e alguns dos casos mais importantes relativos ao tema, como a cruzada contra os Cátaros, incitada por Inocêncio III e levada a cabo com afinco pelos inquisidores.

Durante o tempo, os “adversários” que a Igreja teve que enfrentar foram diversos. Como se não bastasse a paranóia de caça às bruxas, a Igreja enxergava rivais e inimigos de sua doutrina nos protestantes, nos supostos místicos, na Maçonaria e até mesmo em governantes laicos. A ação do Santo Ofício em cada caso foi diferenciada, mas em todos eles dispensava sutilezas.

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I Congresso Internacional e III Seminário Nacional De Desenvolvimento Regional

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